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O lado pobre de Moscou - 1° parte

 

A todos os leitores Rebobinantes, nosso tradicionalíssimo olá. E ai galera, quanto tempo heim?! Depois de uma quase morte do nosso blog, estamos de volta, e desde já, quero agradecer a todos que nesse período se mantiveram fieis a esse espaço, mesmo com a falta de atualizações, “daqui pra frente tudo vai ser diferente” como já dizia a canção. Bom meu povo, enrolação não é comigo, até porque, no post anterior, já falei sobre o meu sumiço e o meu retorno, então, vamos ao que interessa.

Nunca falei sobre isso aqui no blog, mas sou fascinado pela Rússia, alias, lugares gelados me agradam bastante, (não sei o que estou fazendo morando no Rio de Janeiro rs), e nesse post eu quero falar um pouco... Ou melhor, mostrar um pouco desse país que tanto me encanta, mas eu quero fazer isso de uma forma diferente.

Quando você pensa em Rússia, qual a primeira coisa que vem a sua cabeça? Moscou, Praça Vermelha, Kremlin, a monumental Catedral de São Basílio ou Stalin, União Soviética, guerra fria, comunismo, Mikhail Gorbatchev, em fim... Será que alguém penso ai em pobreza, a gente nunca ouve falar sobre a periferia, os pobres da Rússia, claro que a gente sabe que eles existem, seria muita alienação e ingenuidade pensar que não. Eu fiquei curioso e fui pesquisar sobre isso, então, vamos conhecer os pobres da Rússia.

Novokuryanovo é um vilarejo situado na periferia de Moscou. Ele foi integrado à Moscou por volta do ano de 1984 e dizem as más línguas que ciganos foram os fundadores, mas não passa de um mito. Na verdade foram moradores da vila de Kuryanovo que se mudaram para lá e construíram uma estação de aeração em 1930. Só há uma estrada que leva a este esquecido lugar.
 A loja mais próxima fica em um outro vilarejo de Shcherbinka, há quilômetros de distância. Não há fornecimento de gás, portanto o aquecimento das casas no inverno é feito através da queima de carvão e madeira, o que muitas vezes resulta em incêndios. A criminalidade também é alta e assaltos são frequentes. É difícil conversar com os moradores, muitos tem medo dos ladrões e suspeitam de cada um que está ao seu redor.

Eles moram em casas simples e antigas, mas anos atrás receberam a promessa de que teriam casas novas. Infelizmente essa promessa nunca foi cumprida e o governo parece ter esquecido desse vilarejo. Apesar de tudo, os 386 habitantes nunca perderam as esperanças e anseiam por dias melhores!

Este é Nikolai

Ele mora nesta pequena casa com o seu irmão e sua esposa, ( pequena é modéstia né, essa sala é maior que qualquer barraquinho aqui no Brasil).

O quarto é pequeno e muito escuro, a ventilação também é precária.


Todos vivem em condições igualmente precárias em Novokuryanovo

Esta senhora tem 86 anos e foi uma professora, todos os dias ela tem que buscar água em uma bomba manual. Surpreendentemente ela não reclama e diz que está satisfeita com sua vida, que é bom viver na Rússia. Ela mora com seu filho e tenta reconstruir sua casa aos poucos. Ela recusa qualquer tipo de ajuda.
Outro problema neste vilarejo são os imigrantes ilegais. Eles ateiam fogo às casas cujos donos se recusam a alugá-las. A polícia nem sempre pode deter, pois raramente está presente nas ruas de Novokuryanovo.

Um casal de idosos vive nesta casa, e seus gatos. Eles utilizam o carvão para manter a casa aquecida. E assim a vida continua em Novokuryanovo. Sem esperanças de receber atenção do governo, essas pessoas continuam em suas casas caindo aos pedaços e em condições precárias de saúde e segurança. Muitos sofrem com o rigoroso inverno e outros sofrem com a altíssima taxa de criminalidade.


É isso galera.  Pobreza é pobreza em todo canto, as necessidades e dificuldades são as mesmas, por mais desenvolvido que um país seja, claro que em alguns países em escala menor. Em breve, voltarei com a segunda parte dessa postagem. Abraços.

Fonte (English Russia )

6 Comentários:

Eduardo Montanari rebobinou e disse...

Pois é. estamos acostumados a ver o que a mídia nos mostra. Acabamos imaginando que pobreza extrema só existe no Brasil, na África e outros países mais humildes. De repente vemos esse contraste em um país tão "famoso". O estranho é que é triste e belo ao mesmo tempo.

Crista rebobinou e disse...

Gostei da tua postagem
Feliz regresso!

Marcos Mariano rebobinou e disse...

Grande Edu, sabias palavras, vc definiu bem triste e belo.


Crista quanto tempo, pois é, estou de volta, obrigado

Unknown rebobinou e disse...

Muito boa a postagem, assim como você sou fascinado pela cultura Russa, até porque as minhas raízes são russas. Há pobreza em todos os lugares, alguns mais do que outros, mas no geral o Brasil é um pais bem mais pobre e desestruturado que a Rússia, segundo meu avô que saiu da Rússia para morar no Brasil: "No Brasil os pobres são muito pobres e os ricos são muito ricos" ele diz, e realmente essas casinhas modesta são palacetes comparados ao que se vê aqui no Brasil, as fotos passam sentimentos contrastantes de tristeza e beleza.

Juju Lino rebobinou e disse...

Sua postagem tem o lirismo das primaveras em paises tropicais. Seu relato sobre a Russia pobre quase nos deixa antever a classe media brasileira. A Russia é muito mais feia do que isto que você por não ter que procurar de fato a miséria desse povo provado em documentarios muito bem ilustrados onde seus idealizadores correram até riscos de vida para trazer as realidades escondidas a sete chaves do mundo exterior, não tenha deixado evidente as marcas da catastrofe que o comunismo deixou na maior parte desse povo.

Unknown rebobinou e disse...

Tantas pessoas acreditam que a solução do mundo está no comunismo, socialismo ou anarquismo. Será? Com a palavra, seus defensores. Vide periferia russa.

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