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Titâs - Flores ( analisando letra )


Ola a todos!!!!!!

Estamos de volta em plena atividade do Rebobinando Memória depois de alguns dias fora, faz um tempinho que eu não posto nada no nosso marcado analisando letra, esse marcador pelo qual tenho muito apresso e requer de mim um pouco mas de dedicação e esforço.

Pois tentar decifrar o significado dessas maravilhosas letras de musicas que ouvimos e muitas das vezes  não entendemos sua mensagem é um desafio prazeroso.

Hoje quero analisar uma musica que curto muito, e que me fez pensar bastante também até chegar a essa conclusão aqui postada, é certo que só o autor da obra pode dizer com exatidão o que ele quis dizer em seus versos, mas enquanto ele não faz isso  agente faz a nossa interpretação.


A letra dessa musica foi gravada pelos Titãs, é de autoria do vocalista Branco Melo e Arnaldo Antunes fala basicamente de uma visão suicida após morte ou após o livramento da mesma.

Flores (analisando letra)

Titãs


Olhei até ficar cansado
De ver os meus olhos no espelho:Nesse primeiro verso ele mostra um grande sentimento de insatisfação, consigo mesmo e com a vida, e nos passa um grande desgosto e angustia depressiva.


Chorei por ter despedaçado
As flores que estão no canteiro: - Aqui ele usa uma metáfora comparando as flores do canteiro com pessoas do seu convívio que ele magoou , pessoas especiais que ele as considerava como flores, talvez sua família.


Os punhos e os pulsos cortados
E o resto do meu corpo inteiro: - Nesse ponto o Eu lírico demonstra um desgosto pela vida que ele deixa transparecer no primeiro verso, que o leva a tentar o suicídio, ele revela os pulsos cortados, na segunda frase ele deixa claro o motivo que o levou a tal ato, ele deixa a sensação de que cortou os pulsos pois já se sentia como que todo cortado, talvez suas aflições e angustias, suas tristezas e magoas, lhe fizesse se sentir assim todo cortado.


Há flores cobrindo o telhado
E em baixo do meu travesseiro
Há flores por todos os lados
Há flores em tudo que eu vejo: - Nesse verso que segue após a tentativa de suicídio revelada no verso anterior o Eu lírico no caso o personagem narrado no texto, talvez já inconsciente contempla sua própria morte, ele deixa essa ideia quando diz “Há flores cobrindo o telhado” que da a ideia do caixão coberto de flores, e nos demais versos a ideia do túmulo onde se deposita muitas flores fica claro.

A dor vai curar essas lástimas
O soro tem gosto de lágrimas: - Esses dois versos, me da a sensação de arrependimento, como que se ele tivesse aprendido a lição quando se viu a bera da morte ele me da essa ideia quando diz, “A dor vai curar essas lástimas”, quer dizer, com a dor agente aprende a valorizar a vida, e continua, "o soro tem gosto de lágrimas” quer dizer o que te traz dor é o que vai te curar, a ideia de que antes da tentativa de suicídio ele não valorizava a vida é muito forte, e fica também a ideia de que ele se recupera talvez num hospital ou clínica a base de soro.


As flores têm cheiro de morte
A dor vai fechar esses cortes: - Aqui  ele deixa essa ideia do desejo que tinha de se matar, pois existe uma superstição que diz, que sentir cheiro de flores esta relacionado a morte ou que alguém vai morrer, por isso ele diz "As flores tem cheiro de morte", evidenciando o desejo que tinha de morrer, e mais uma vez ele deixa claro que aprendeu uma lição, a dor traz aprendizagem e cura.

Flores
Flores
As flores de plástico não morrem: - Nessa parte eu entendo que ele após sua tentativa frustrada de suicídio se comparou com as flores de plástico, vazias ocas por dentro, sem vida e que não morrem, mas também concordei com o comentário da amiga Mary que disse que essa seria uma forma dele dizer que as coisas inertes não sofrem.


Em baixo a musica se repete:

Olhei até ficar cansado
De ver os meus olhos no espelho
Chorei por ter despedaçado
As flores que estão no canteiro
Os punhos e os pulsos cortados
E o resto do meu corpo inteiro
Há flores cobrindo o telhado
E em baixo do meu travesseiro
Há flores por todos os lados
Há flores em tudo que eu vejo

A dor vai curar essas lástimas
O soro tem gosto de lágrimas
As flores têm cheiro de morte
A dor vai fechar esses cortes
Flores
Flores
As flores de plástico não morrem
Flores
Flores
As flores de plástico não morrem





A verdade é... Que quando comecei a analisar essa letra duas ideias me vieram a mente, a de um suicida que após sua morte narra o que vê da sua condição de morto, e a do mesmo suicida que consegue sobreviver após a tentativa de suicídio e aprende com seu ato, eu preferi ficar com a segunda opção.




Confira o vídeo da musica


10 Comentários:

Mary rebobinou e disse...

Hum.. acho que é por ai mesmo! As flores de plástico, não morrem.. essa não concordei muito. Acho que seria uma meneira de dizer que as "coisas" inertes não sofrem. Abraços!

Eduardo Montanari rebobinou e disse...

Que bacana! A gente sempre escuta uma música, canta, canta, canta feito uma k-loopssita e não se dá conta do que está por trás das palavras.
No colegial eu e minhas amigas cantarolávamos essa música durante todo o intervalo.

Marcos Mariano rebobinou e disse...

puxa Mary vlw,eu num tinha visto por esse angulo
é realmente faz sentido,coloquei essa sua interpretação deste verso la na analise bjão

Marcos Mariano rebobinou e disse...

realmente Montanari,isso é uma grande verdade
quando se compõe uma canção muitas das vezes o autor quer deixar uma mensagem,mas as pessoas nem percebem,musicas assim sempre me despertaram a curiosidade

Anônimo rebobinou e disse...

Bela música e letra. Na minha visão todo o suicídio e metafórico e as flores de plástico são um lamento a si mesmo, por não conseguir mudar o estado de espírito ou a maneira de ser. Como se quisesse dizer que "erva daninha não morre".

Grande abraço
Luísa

Eduardo Montanari rebobinou e disse...

Obrigado pelas suas palavras cara.
Estou no meio de uma crise de depressão brava. Estava comentando isso hoje mesmo com a mulher que me gerou em seu útero.
Saiba que suas palavras me fazem pensar e me dão força para continuar por mais um dia. Um grande abraço pra vc e obrigado por ler o que eu escrevo com tanta atenção.

Anônimo rebobinou e disse...

é comum vermos flores de plastico colocadas em tumulos, pois não necessistam de cuidados. Quantas vezes esquecemos que devemos cuidar das nosssas amizades. Sejam momentos felizes ou tristes. Amigos só de baladas tem aos montes..
um elogio ou um oi podem fazer muita diferença na vida de alguem..Um abraço!!

Anônimo rebobinou e disse...

Muito bom meeeesmo :)

Anônimo rebobinou e disse...

Quem tenta adivinhar ou decifrar as canções ou obras literárias acha que obteve exito. Sou compositor, não quero ofender, e por isso vou dar uma mãozinha para que se faça decifrar, não sei o que:
De Tony Bellotto, Sérgio Britto, Charles Gavin e Paulo Miklos, composta em 1988, cantada por Branco Mello e lançado no álbum Õ Blésq Blom pela gravadora WEA. Canção feita em menos de trinta minutos, como uma brincadeira.
O Rock dos anos 80 tinha varias características a depender do perfil dos autores das músicas das bandas, e variava do cômico às musicas de protesto.
O ano de 1988 foi marcado por fatos noticiados todos os dias, e fatos que vejo marcantes para a composição da canção foi: 1 - Morte de integrantes de bandas alternativas pelo uso de drogas e contaminações com HIV; 2 - Campanha intensiva da CNBB e da Unicef pela redução da mortalidade infantil por desidratação, onde veiculavam a formula do soro caseiro. No final de cada propaganda, um alerta: "Lembre-se, o soro tem gosto de lagrima."; e 3 - Devido à evolução da industria em produzir peças artificiais cada vez mais próximo das reais, houve uma tendencia popular em adotar especialmente as flores como ornamento artificial nas casas de classe média.

amandio sales rebobinou e disse...

Muito bacana o seu Blogger

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